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quarta-feira, 13 de março de 2013

Ação e Reação



Código penal da vida futura, apresentado por Allan Kardec na obra O Céu e o Inferno* (capítulo VII da primeira parte), é fonte de interessantes reflexões em torno da lei de ação e reação que rege os caminhos humanos.

Como pondera o próprio Codificador, no mesmo capítulo e com o subtítulo Princípios da Doutrina Espírita sobre as penas futuras, “(...) no que respeita às penas futuras, não se baseia num teoria preconcebida; não é um sistema substituindo outro sistema: em tudo ele se apóia nas observações, e são estas que lhe dão plena autoridade. Ninguém jamais imaginou que as almas, depois da morte, se encontrariam em tais ou quais condições; são elas, essas mesmas almas, partidas da Terra, que nos vêm hoje iniciar nos mistérios da vida futura, descrever-nos sua situação feliz ou desgraçada, as impressões, a transformação pela morte do corpo, completando, assim, em uma palavra, os ensinamentos do Cristo sobre este ponto. Preciso é afirmar que se não trata neste caso das revelações de um só Espírito, o qual poderia ver as coisas do seu ponto de vista, sob um só aspecto, ainda dominado por terrenos prejuízos, Tampouco se trata de uma revelação feita exclusivamente a um indivíduo que pudesse deixar-se levar pelas aparências, ou de uma visão extática suscetível de ilusões, e não passando muitas vezes de reflexo de uma imaginação exaltada. Trata-se, sim, de inúmeros exemplos fornecidos por Espíritos de todas as categorias, desde os mais elevados aos mais inferiores da escala, por intermédio de outros tantos auxiliares (médiuns) disseminados pelo mundo, de sorte que a revelação deixa de ser privilégio de alguém, pois todos podem prová-la, observando-a, sem obrigar-se à crença pela crença de outrem.”.

Esta transcrição inicial é importante para nos situarmos no universo de observações que se colocou o Codificador para elaboração da teoria espírita, advinda toda das revelações que os próprios espíritos fizeram.

O próprio O Livro dos Espíritos, obra lançada em 18 de abril de 1857 com os fundamentos doutrinários do Espiritismo e organizado em forma de perguntas e respostas, teve sua parte Quarta, com dois capítulos e exatas cem perguntas com suas respectivas respostas, totalmente dedicado ao tema das penas e gozos, terrenos e futuros.

No citado Código, que citamos no primeiro parágrafo acima, utilizaremos o 3º dos 33 itens, para orientar o desenvolvimento do tema. O texto original apresenta-se nos seguintes termos: Não há uma única imperfeição da alma que não importe funestas e inevitáveis conseqüências, como não há uma só qualidade que não seja fonte de um gozo.

Ora, são as imperfeições ou as qualidades da alma humana que geram suas ações felizes ou equivocadas. E essas ações estão caracterizadas com o selo moral do estágio em que se situa o ser. Portanto, os pensamentos, os sentimentos, e as próprias ações executadas no transcorrer de uma existência geram reflexos na própria existência, na vida espiritual ou até mesmo na próxima ou futuras existências, a depender é claro da extensão ou gravidade da ação promovida.

A lei de ação e reação, ou o a cada um segundo suas próprias obras, baseia-se num perfeito mecanismo de justiça e igualdade absoluta para todos. Não há qualquer favoritismo para quem quer que seja. Agindo bem, teremos o mérito do bem. Agindo mal, teremos as consequencias. Não se trata de castigo, em absoluto, mas de consequências.

Qualquer prejuízo que causarmos a nós mesmos ou a terceiros, ocasionarão consequencias inevitáveis em nossa própria vida. Isto é da Lei Divina. E qualquer benefício que distribuamos gerará méritos e benefícios correspondentes em nosso próprio caminho, ainda que haja ingratidão dos beneficiados.
Passamos a entender, portanto, que fazer o mal a quem quer que seja nunca será compensador, pois sempre responderemos pelo mal que causemos, inclusive a nós próprios. E, do mesmo modo, toda felicidade ou tranqüilidade que proporcionarmos ao próximo redundará, inevitavelmente, em bem para nós mesmos.

Não é por outra razão que Jesus ensinou a perdoar. O ódio alimentado, a vingança executada ou a perseguição contumaz a qualquer pessoa redundarão em estágios de sofrimento e dor a seu próprio autor. Perdoando, libertamo-nos.
Também é pela mesma razão que a recomendação sempre constante é para que promovamos o bem, ainda que este não nos seja espontâneo (estamos aprendendo a incorporá-lo em nós mesmos), pois todo bem gera o bem. O mal sempre gerará consequencias desagradáveis.


Nunca enganes a ninguém.
A vida é grande cobradora e exímia retribuidora.
O que faças aos outros sempre retornará a ti.
Segarás conforme hajas plantado.
Quem engana, ilude, trai, a si próprio se prejudica, 
desrespeitando-se primeiro e fazendo jus depois aos efeitos da 
sua conduta reprovável.
Sê honesto para contigo e, como consequência, para com teu próximo.

Joanna de Ângelis